Contos, casos e muita prosa.

Post

O Tempo

Crônica – O Tempo

 

Uma das coisas mais preciosas do mundo é o tempo. Você somente começa a tomar conhecimento disto, quando não se tem mais tempo.

O viver é estar sempre perseguindo objetivos. Quando se completa o primeiro, surgem outros necessários à vida. E, o tempo é inexorável e cobra de você, quando não foi usado corretamente. Quantas vezes, na busca de um propósito, não usamos o bom senso e ficamos de mãos vazias, sem realizarmos o sonho precioso? Aquela busca foi embalde, restou-nos tão somente a experiência. O tempo urge, principalmente, quando temos pressa.
Na vida perde-se muito tempo. Perde-se dormindo, nas filas, no trânsito, na espera do compromisso, na antessala do teatro, na lástima do insucesso, na cobiça do outrem, e, demais esperas!
Saber esperar é uma arte! E, muitas vezes não devemos ficar à mercê dela, refém de apenas uma busca. Assim, é de bom alvitre buscar outros caminhos, para se conseguir um fim, mormente se ele é incerto.
Olhe um relógio, desses mais modernos, que o ponteiro de segundos não faz pausa e corre indefinidamente. Se meditarmos com o pensamento no tempo, a gente chega a se assustar. Aqueles números que ficaram para trás não mais coabitam a nossa existência. Já aqueles que marcam os segundos, também passam, entretanto, de maneira mais amena com intervalos mínimos.
Quanto mais jovem temos menos consciência do valor da vida e do tempo – o feitor de tudo. A criança usa-o quase sem nenhum proveito. Os bebês, então, nem se fala. Existem e dão mais sentido à família, porém para eles próprios o existir é um caminhar, para se tomar conhecimento da totalidade do mundo. Quando vamos amadurecendo surgem, na estrada da vida, percalços e dificuldades para nos situarmos no caminhar. Sempre é tempo de conquistar, vencer e galgar mais um degrau do saber. É a partir daí que começamos a valorizar o tempo. O velho, então, volve os olhos cansados para o passado e medita quantas foram as etapas vencidas e perdidas. Apesar de tudo, não há nada mais a se fazer. Passou, já era. Caso alimentou a nossa história, muito bem, mas se passou improfícua… quem dera voltasse! Improvável, refazer-se o infrutífero. Mas sempre é tempo de recomeçar.
Geralmente, a derrota é companheira do tempo perdido, dos amantes de alguns pecados, inclusive, os capitais. Ao invés de lutar pela reconquista fica-se a mercê da inveja, da preguiça, da luxuria, do ócio, da vaidade, da avareza, da cobiça e outros descompassos mais.
Nesta corrida cada instante torna-se importante – segundos que se constroem a eternidade. São partículas preciosas do tempo. Quantas vezes num átimo perde-se o essencial!
Existem momentos em que devemos gastar tempo e, um deles, é quando estamos planejando, na busca de um objetivo. Nesta hora é importante o raciocínio lógico, mensurado, com bom senso, calma, ponderação e meditação. A rigor da certeza, não estamos perdendo tempo e sim usando-o, para exercitar a razão.
Este texto me adveio de um sonho, às quatro horas da madrugada. Para não perder tempo e a inspiração, me levantei e passei a construí-lo frase por frase, solitário, numa noite fria outonal, às vésperas do inverno.
A bem da verdade, não sou um escritor, mas tão somente um garimpeiro de palavras, um feitor de frases, um artesão de textos. Ao elaborar uma redação perco muito tempo, reescrevendo o meu pensamento no encalço da perfeição, no entanto, apenas colimada.
Perder tempo, inutilmente, é, por certo, perder um pedaço da vida!

Crônica – O Tempo /  Crônica – O Tempo

Gostou desse post? Compartilhe.

Deixe um comentário

Categorias

Posts recentes: