Crônica – Dia da Consciência Negra
Sempre aos finais de ano, na data em que se comemora o “Dia da Consciência Negra”, 19 de novembro, busquei escrever sobre o tema, para explicitar minha solidariedade pela causa.
Neste 2021, deixei este texto para a semana sequente, após mensurar o acontecimento e, assim tecer meus comentários deste assunto.
Felizmente, nota-se já um avanço no que tange ao respeito à raça negra. Houve divulgação do dia em veículos de comunicação e eventos em várias localidades. E isto é bom. Muito bom!
Graças a esses movimentos, hoje mensuramos uma ascendência da comunidade negra aos escalões de destaque e liderança social. Vários profissionais com graduação universitária; artistas em personagens principais nas artes cênicas, principalmente, nas novelas da televisão; autoridades em todas as esferas municipais, estaduais e federais; empresários de relevância no mercado industrial e comercial; enfim, o negro, graças a Deus, está se projetando – sem falar na área cultural e esportiva, onde ele sempre foi destaque, devido à sua arte e habilidade, como na música, no futebol e demais vertentes.
Em um passado, não muito distante, a cor era predominante para o destaque social. Os papéis subalternos eram legados aos negros, tanto na esfera do mercado de trabalho, quanto nas artes cênicas, na política e no convívio social.
Acredito que a investidura de Barak Obama ao mais destacado cargo político dos Estados Unidos da América, veio de encontro aos anseios do negro, na sua busca ao sucesso. E o Presidente Obama desempenhou o seu papel com profissionalismo e ética, que se estende ao seu afeto à família.
Agora, convenhamos, ainda temos um longo caminho para se chegar à maturidade, na convivência social. Nossa sociedade ainda preserva algum “ranço” oriundo das senzalas da vida.
Quanto às diferenças sociais, independentes da cor e da raça, saltam aos olhos e deixam marcas profundas de dor e angústia, motivadas pelo sofrimento daqueles que nasceram miseráveis, entretanto é um tema, para uma nova palavra, em outro momento; para não se desvirtuar do principal motivo deste texto, alusivo ao banimento definitivo do racismo.
Fecho meu pensamento num retrospecto à uma charge de Ziraldo, há algumas décadas passadas, quando Tio Sam espantado, após a morte e na porta do céu, ajoelhado, se depara com um Deus Negro e diz incrédulo: “SENHOR!!!…”.