À uma légua da estrada seguindo em uma picada por um caminho de ipê, em um vale aberto de encanto sob o tapete do campo a casa, eu e você. Depois da bóia – o quilo, a cerca seca no estio, poleiro de bem-te-vi. O rosto tinto de manga os vasos pela varanda a casa, nós dois, bem ali. Dez alqueires de oitenta uma terra rica e benta, toda plissada e bordada de frutas, qual moscatel, com borboletas no céu, nosso amor, nossa casa. Rosas esguias amarelas vazavam pela janela, espreitando no visor. As colchas ardiam em chama, incendiando a cama, eu, você e o amor. Eu quisera tê-la, no entanto, para sempre nesse recanto, que construí para nós dois. Felicidade, amor e carinho na paz do nosso cantinho, sem infortúnio depois. Ontem eu passei pela estrada, desci a encosta molhada, revendo toda a verdura do campo ilhando a casa, que está sempre velada pela cruz da sepultura.
Contos, casos e muita prosa.
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