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Verso – A casa , eu e você

 À uma légua da estrada
 seguindo em uma picada
 por um caminho de ipê,
 em um vale aberto de encanto 
 sob o tapete do campo
 a casa, eu e você.
  
  
 Depois da bóia – o quilo,
 a cerca seca no estio,
 poleiro de bem-te-vi.
 O rosto tinto de manga
 os vasos pela varanda
 a casa, nós dois, bem ali.
  
  
 Dez alqueires de oitenta
 uma terra rica e benta,
 toda plissada e bordada
 de frutas, qual moscatel,
 com borboletas no céu,
 nosso amor, nossa casa.
  
  
 Rosas esguias amarelas
 vazavam pela janela,
 espreitando no visor.
 As colchas ardiam em chama,
 incendiando a cama,
 eu, você e o amor.
  
  
 Eu quisera tê-la, no entanto,
 para sempre nesse recanto,
 que construí para nós dois.
 Felicidade, amor e carinho
 na paz do nosso cantinho,
 sem infortúnio depois.
  
  
 Ontem eu passei pela estrada,
 desci a encosta molhada,
 revendo toda a verdura
 do campo ilhando a casa, 
 que está sempre velada
 pela cruz da sepultura. 

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