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O Barco e as Águas

O Barco e as Águas

Somos um barco no oceano da vida.  A vela é a paixão e o leme a razão. A bússola é a nossa consciência. Já a âncora é o apego, desmedido, aos bens materiais, que não nos permite viajar.

O vento da esperança impulsiona a vela, que nos conduz, habitualmente, para adiante. É a paixão de viver, de se sentir parte do oceano. Somos participativos e necessitamos compartilhar o nosso caminho com outros barcos.  Através do navegar em uma esquadra é que podemos avaliar o nosso desempenho. Sozinhos, não temos com quem comparar. A sós, perdemos os objetivos à cumprir. E, por conseguinte, deixamos de ter a noção da importância de respeitar, para sermos competitivos, reconhecidos e acreditados.

Sem o leme navegamos – no entanto, se somos privados do comando, estamos à mercê dos ventos. E os ventos da paixão podem ser traiçoeiros, infiéis e tendenciosos – capazes de nos levar para águas turbulentas. Ou, até mesmo, se transformarem em furacões.

A razão é como o leme do navio, comandado pela mão do timoneiro. Com a razão temos a capacidade de avaliar e usufruir muito mais de nossas paixões.    

Sem uma bússola, desencontramo-nos de nosso destino e viajamos, à deriva, por caminhos incertos. A consciência é a bússola, que nos faz conhecedores do rumo certo ou do errôneo. Nossa consciência nos determina a melhor rota, para se viver em paz nas águas da existência. Sem ela ficamos esquecidos, desnorteados, sedentos, na imensidão de mares desconhecidos.

A consciência comanda a razão e a paixão. É como a bússola que indica ao navegante a melhor rota, para se chegar ao destino, aproveitando o impulso dos ventos. É fundamental navegar com mãos firmes, seguras e tranquilas no leme, para o desfraldar da vela plena de sopros da natureza. A consciência é como a bússola do barco. É a nossa verdade interior.

O bem material, em vida, deve ser como a poita para o navio, quando ancorado no porto da reflexão. Nos basta, para satisfazer as necessidades prementes. Quando fundeamos, ficamos à mercê do porto, estagnados e sem movimento.

Antes da partida é necessário recolher a âncora. Somente depois, se solta as amarras, para inflar a vela e, assim, buscar os oceanos e os mares. Singrar com a poita sob a água, mesmo com a vela enfunada, o navegar será lento e preguiçoso. Para a real natureza humana os valores materiais nunca podem subrepujar os espirituais.

O barco deverá estar sempre em avaliação. Antes da partida, o bom navegante procura conhecer a eficiência e a capacidade de sua embarcação, se ela é capaz de trafegar as águas com o melhor desempenho, para ensejar uma viagem sem sobressaltos.

No decorrer da jornada, a embarcação será sempre reavaliada, restaurada, aprimorada e uma infinidade de procedimentos, para supri-la de condições, capazes de dar continuidade à sua jornada.

Se somos este barco, precisamos cuidar do corpo que alimenta o espírito. Ele é responsável pela nossa melhor condição de se viver em

harmonia com a vida. Um corpo saudável aguça o ego e nos capacita, existir com mais contentamento. É prazeroso navegar em um barco belo, eficiente, veloz e seguro. Sempre com um timão firme, velas resistentes e uma bússola com uma agulha que não mente.

A aurora nunca encontra o poente, entretanto, eles são originados dos raios do mesmo Sol. O início é tão importante quanto à conclusão. É no princípio que se prepara, com afinco, uma jornada de sucesso. Nascer é tão relevante quanto fenecer – perecer poderá ser também um novo recomeço. Além do mais, é entre a aurora e o poente que construímos o “Novo Amanhã”. Daí a importância de uma viagem sem traumas e pecados.

 

“Navegar é preciso”, entretanto é essencial se viver com sabedoria, para não naufragar no mar da vida.

O Barco e as Águas

Crônica O Barco e as Águas – Leia outras crônicas no blog – Crônicas

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