Mecê sempre me dizia,
quando eu morava com ocê,
que num havéra euforia,
pra me livrá eu de vancê.
Mas o tempo, quem diria?,
me separou eu de vancê.
Passa a noite, passa o dia
e eu não vivo mais com ocê.
Ocê deixou o meu ranchinho,
prá mode a vida mais vivê.
Se esqueceu desse carinho,
qu’eu sempre tive por vancê.
Ocê partiu, assim de repente,
sem despedida minha procê,
largando um vazio na mente,
deste que só pensa n`ocê.
Essa sodade matadeira
da lembrança de vancê,
é dor de morte derradeira
no coração que é só d’ocê.
Se acaso ocê quisé vortá,
eu fico ansiano por vancê.
Largo, num vô mais trabaiá,
paro em casa, esperano ocê.
Mas se ocê nunca vortá,
eu prometo prá vancê:
prá ninguém mais vô oiá,
só prá d’ocê nunca esquecê.